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Laqueadura tubária

Laqueadura tubária17 de junho de 2020

Este é mais um tema que envolve vários mitos. Com este artigo pretendo separar o mito da realidade e esclarecer esse assunto tão importante na vida de tantas mulheres.

Como muitos já sabem, laqueadura tubária é uma cirurgia realizada para evitar que a paciente venha a engravidar.

O primeiro grande mito sobre a laque- adura é quem pode e quem não pode realizar esta cirurgia. Muitas pacientes ficam surpresas quando lhes ofereço esse método por se considerarem muito jovens ou por terem poucos filhos, po- rém os critérios estabelecidos pela lei No 9.263, de 12 de janeiro de 1996 são bem claros: mulheres com pelo menos vinte e cinco anos ou dois filhos vivos, dentro de um prazo mínimo de sessenta dias da manifestação da vontade para o dia da cirurgia. Ou seja, se você tem dezoito anos de idade, mas tem dois filhos vivos, você pode fazer uma laqueadura. Ou se você não tem filho nenhum, porém tem vinte e seis anos ou mais você também pode fazer. Claro que em pacientes tão jovens ou sem filhos nós, ginecologistas, costumamos desencorajar a realização desta cirurgia pelo risco de arrepen- dimento, e oferecemos métodos tão eficazes quanto e que são reversíveis.

Outro mito comum é o dito popular: “Tem que” cortar e amarrar para a laqueadura funcionar”. O fato é que existem várias técnicas para a realização da laqueadura, porém todas elas se equivalem na eficácia contraceptiva, o que significa que todas podem falhar na mesma proporção. Atualmente uma das mais utilizadas é a Salpingectomia, pois estudos recentes mostram que reduz o risco da paciente desenvolver câncer de ovários, mas tem como desvantagem não ter possibilidade de reversão.

Idealmente devemos escolher em conjunto com a paciente a técnica que melhor se enquadra nas suas preferências.

Além das várias possíveis técnicas para sua realização, a laqueadura tam- bém possui diferentes formas de abertu- ra da barriga. Uma das mais conhecidas é a Mini Laparotomia, onde é feito um pequeno corte no abdome da pacien- te, semelhante ao feito na cesariana porém um pouco menor. Outra forma bastante utilizada hoje em dia é a vide- olaparoscopia, onde a cirurgia é feita por instrumentos colocados dentro do abdome por pequenas aberturas, que tem por vantagem uma melhor recu- peração e resultado estético. Também como opção temos a laqueadura via vaginal, onde as trompas são acessada por um corte feito no fundo da vagina, é uma técnica um pouco mais difícil, porém com uma boa recuperação, baixo custo e um resultado estético melhor que as anteriores. E por fim temos uma técnica praticamente em desuso que é a laqueadura umbilical, onde o corte é feito no umbigo, deixando uma cicatriz bem pequena, mas que não tem sido usada pois serve apenas para mulheres que acabaram de ter parto normal, e a legislação atual não permite a laquea- dura nessa situação.

Para as grávidas que desejam fazer a laqueadura, é importante saber que a mesma só pode ser feita se os critérios definidos em lei forem cumpridos, e em caso de necessidade por cesarianas sucessivas. Porém nada impede que uma paciente que teve parto normal faça sua laqueadura sessenta dias após o parto. É muito importante lembrar que é necessário o consentimento do parceiro, pois como diz na lei, o casal deve estar de acordo.

E por fim, é importante saber que nenhum método é 100% seguro, porém a eficácia da laqueadura é bem alta, com uma taxa de falha de 0,5% ao ano, bem inferior a outros métodos como comprimidos, preservativos ou métodos comportamentais.

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