Dúvidas sobre o novo Coronavírus em crianças e gestantes
6 de maio de 2020Muito se fala sobre o novo Coronavírus em crianças e gestantes. Para os pequenos, não se sabe ainda o real motivo de o vírus não ter tanta eficiência. Para as grávidas, o cuidado é importante, mas os órgãos de saúde não determinam grandes riscos.
No entanto, isso não representa o relaxamento da prevenção contra a doença.
Vamos esclarecer algumas dúvidas importantes sobre a contaminação exclusivamente desses dois grupos:
1 – Os sintomas do novo Coronavírus em crianças e gestantes são sempre amenos?
Não.
Uma pesquisa do The New England Journal of Medicine mostra registros de tratamentos realizados em mulheres grávidas de Wuhan, na China, entre dezembro de 2019 e março de 2020.
Nesses documentos, pode-se perceber que apenas 8% dos casos de gestantes com a Covid-19 foram agravados. Com isso, notamos que mesmo em número reduzido, há sim o risco aparente de contaminação e agravamento da doença.
As crianças também adoecem do novo Coronavírus. Acontece que as reações físicas são bem mais amenas. Por outro lado, não devemos considerar que os pequenos não correm risco de agravamento da doença. É sempre bom prevenir.
2 – Crianças assintomáticas podem transmitir a Covid-19?
Sim.
É certo que o novo Coronavírus em crianças e gestantes assintomáticas apresenta uma menor chance de contaminação. Isso se dá porque não há um comprometimento maior no trato respiratório e a Covid-19 se transmite, principalmente pela tosse.
Por outro lado, o vírus permanece ativo por mais tempo no corpo desses pacientes. A consequência disso é o prolongamento do tempo de contaminação.
Então a melhor medida é sempre manter o isolamento completo de crianças confirmadas com a Covid-19, principalmente se existir idoso na sua residência.
3 – Mães podem passar o vírus durante o parto para o bebê?
Não há um estudo comprovado, mas as chances não podem ser descartadas.
Em Wuhan foram identificados quatro recém-nascidos com a Covid-19. Todos nasceram de mães infectadas e tiveram parto cesáreo. No entanto, nenhum dos bebês chegou a ter o quadro agravado, ficando apenas em observação nas primeiras horas, que já é um procedimento padrão.
Entre os testes realizados pelo governo chinês e direcionados pela OMS, não foi encontrado o vírus no líquido amniótico, o que descartou a possibilidade de a criança ter sido contaminada ainda na gestação.
Não se sabe, por outro lado, a origem das contaminações, que pode ter ocorrido durante o parto. Sendo assim, é muito importante que as mulheres grávidas evitem a exposição e mantenham a higienização frequente.
4 – Gestantes podem ser consideradas Grupo de Risco para o novo Coronavírus?
Sim e não.
A gestação não aumenta a vulnerabilidade da mulher para o novo Coronavírus. Ou seja, grávidas não pegam o vírus mais facilmente.
O que faz a mulher ter um risco maior são as alterações no organismo, provenientes da gravidez.
Por exemplo, como uma grávida tem a respiração mais comprometida, por causa da pressão exercida pela barriga. Em caso de contaminação da Covid-19, a paciente tem mais chances de desenvolver um quadro agravado de insuficiência respiratória.
5 – Mães infectadas com o Coronavírus podem amamentar?
Sim.
No entanto, é preciso atenção com a higienização, mesmo se a mãe não estiver contaminada com a Covid-19.
O ideal é que ao pegar o bebê, as mãos sejam completamente higienizadas – assim como mandam as regras gerais – e a mãe sempre utilize máscara.
Para casos onde a mãe apresenta sintomas mais graves, como a febre elevada, o melhor é retirar o leite em uma quantidade maior e conservar para ser dado em mamadeira durante o dia.
6 – Há um maior risco para aborto ou parto pré-maturo em mães infectadas?
Não há um estudo comprovado, mas as chances não podem ser descartadas.
A Royal College of Obstetricians & Gynaecologists, do Reino Unido, publicou algumas orientações sobre os cuidados que grávidas precisam ter contra o novo Coronavírus.
O documento afirma que ainda não há ligação direta do vírus com abortos espontâneos, mas não se pode desconsiderar nunca nenhuma hipótese, visto que se trata de uma doença completamente nova e que ainda está sendo pesquisada.
O recomendado é manter exames, vacinas e alimentação sempre em dia e consultar o obstetra sempre que sentir qualquer tipo de alteração ou dor.
7 – O tipo de parto pode aumentar ou diminuir as chances de contaminação para a Covid-19?
Não.
O que vai fazer diferença é a assistência médica. Procure sempre conversar com seu obstetra. Escolha com atenção o local do parto e visite, se possível, antes do procedimento. Dessa forma você saberá exatamente como está sendo o preparo da equipe e isso, além de trazer uma maior tranquilidade, ainda garante possíveis alterações se for necessário.
Fonte: São Bernardo Saúde
